quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Conhecendo Cheng

Todos sabem como eu realmente gosto de escrever sobre meus personagens. No caso, o texto é questão é um praquel (numa série de 3) que farei sobre o Stiff que jogo com o grande amigo tio Dih. 

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- Falta muito? - Aquela era a 5a vez que Duque perguntava em menos de meia hora.
- Já estamos quase chegando. - Também era a quinta vez que Stiff respondia a mesma coisa.
- Você sempre diz direto.
- E você pergunta o mesmo a todo instante. Sabe, se você acha que o caminho é longo, podemos dar meia volta e voltar pro nosso canto. Talvez, seu aniversário de 12 anos não seja tããão importante assim e você goste de usar essa prótese velha. - Aquilo era uma malinagem muito grande. Stiff sabia que o Duque estava extremamente ansioso e empolgado com a ideia.
- Você não seja louco de propor isso, Stiff – Ann falou ao fundo dos dois amigos. Ela vinha mais atrás de mãos dadas com Vivi. - Estamos caminhando há quase 2 horas em busca dessa feira, já tive o trabalho achar descobrir o evento, achar a hora e o lugar. Nem com reza braba, vamos voltar para casa sem um braço novo para o Duque. Mas bem – ela suspirou – podemos fazer uma pequena pausa para descansar. O que vocês acham?
- É, acho que o evento não vai sair do lugar, se sentarmos por uns 5 minutos. - Stiff estava concordando, mas, vendo o desânimo na cara do grande amigo, ele completou – Duque, o que você acha de ir um pouco na frente e ver se você consegue descobrir aonde que é mesmo essa feira.
- Pode deixar com o grande D aqui. Se a gente depender do senso de direçando do grande líder branco, vamos acabar parando na China. - E saiu ouvindo os protestos de Stiff que ele sabia muito bem para onde ia.
Ann e Stiff se sentaram numa marquise do lado da rua enquanto Vivi ficou brincando com uma fila de formigas que subiam pela parede. Ann puxou seu velho computador portátil e Stiff ficou olhando para a mais nova amiga e suas formigas. Quando Vivi se afastou um pouco mais, Stiff se virou para Ann e disse:
- Ela continua ainda quietona?
- Quem?
- O lado feminino do Duque que não é – Stiff mostrou a língua para indicar que estava brincando - Claro que estou falando da Vivi. Sabe, ela está com a gente há uns 2 meses, mas fica sempre quietona. Queria saber mais o que ela pensa.
- Ora, ora, quem houve você falando até parece acreditar que você é um grande líder – Agora foi a vez de Ann mostrar a língua indicando que era uma brincadeira. - Não se preocupe, o jeito dela é assim. Às vezes, ela chora enquanto dorme. Acho que ela já deve ter sofrido bastante. Dê tempo ao tempo, logo ela vai se abrir.
- É, talvez – Stiff respondeu olhando fixamente para a pequena amiga.
- Tem algo que te incomoda?
- É que... às vezes... Sabe...
- Você conseguiu começar três vezes e não dizer nada. Acho isso uma habilidade incrível.
Stiff respirou fundo e tentou colocar todos os seus pensamentos para fora.
- Às vezes eu me pergunto se ela gosta da gente e da nossa companhia. Sabe, a gente só bateu nuns caras que estavam incomodando ela e dizemos: Menina, venha. Ás vezes, acho que a gente não fez bem em chamar ela e que ela só não faz nada porque não sabe mesmo para onde ir.
- Acho que gostava mais dessa conversa quando você só começava as frases. - A garota responder.
Um humpf mal humorado foi o que ela recebeu.
- Stiff – a amiga começou no seu tom mais maternal e adulto – A Vivi gosta da nossa companhia e gosta da gente. Ela só é mais quieta. Você não precisa se preocupar tanto assim.
- Vocẽ acha mesmo?
- É claro.
O garoto sorriu. As brincadeiras e comentários sobre ele ser ele ser o líder eram apenas uma forma descontraída de mostrar a posição que ele acabou ocupando no trio (agora quarteto).
- Bem, fico mais tranquilo em ouvir isso. Mas onde será que o Duque está? Já faz uns 10 minutos que ele...
- ACHEI. CARALHO. É ENORME.
A voz e os berros do amigo chegaram muito antes dele.
- CARALHO, A FEIRA É ENORME.
- Duque, manere os modos. Lembre-se que você está na presença de duas damas.
O Duque parou, colocou a mão não mecânica em cima dos olhos e retrucou.
- Sério? Cadê? Eu preciso me desculpar com essas duas damas.
Um chute na canela foi a resposta que ele recebeu.
- Ai. Isso dói.
- Pessoal – Stiff resolveu intervir antes que aquilo virasse uma discussão sem fim. - Acho que podemos seguir. Duque, leve a gente.

O quarteto seguiu a caminhada. Duque levava a Vivi em cima dos ombros para que eles pudessem fazer uma velocidade maior. A criança não pesava quase nada para o alto e forte negro.

Depois de uns 15 minutos de caminhada, finalmente entraram no evento.
A feira de doação de próteses era um evento beneficiente organizado pela Força da Liberdade e Diplomacia. Uma orgnanização mais ou menos recente cujo principal foco era em fazer atos de caridade e apoio para os Homo Sapiens e Homo Divinos. A idéia do evento era doar e distribuir uma série de próteses apreendidas pelo governo em vários outros locais do mundo.
O evento era enorme. Ele ocupava todo um parque. Stiff calculou que o parque deveria medir uns 4 ou 5 km². Havia uma estrutura que parecia ser um grande cachote de lona branca e metal de uns 400m² com uns 3 ou 4m de altura. Ao redor havia várias pequenas tendas de circuo de uns 2,5 metros. Ao contrário da tenda centrarl, as tendas de circo eram amplamente coloridas.
Apesar disso, não haviam muitas pessoas nas tendas, ainda. A multidão de pessoas estava concentrada na frente de um grande palco colocado na margem oeste do parque.
Quando o grupo chegou perto do palco principal, eles ouviram os aplausos com uma pequena mulher de seus 35 anos subindo. Ela caminhava de forma confiante e com os ombros retos. Os cabelos já estavam mais claros do que escuros, mas ela parecia ter sido uma mulher bem bonita, mas parte da belza fora retirada pelas preocupações do dia-à-dia.
- Boa tarde, à todos. Como foi anunciado, eu sou a Doutora Ângela e estou representando a FLD nesse evento. Ao contrário do nosso mestre de cerimônias, não sou tão habilidosa com as palavras, mas desejo de transmitir a todos os desejos da FLD para o bem de todos e uma convivência harmoniosa entre sapiens, divinos e robóticos. Mas, qualquer coisa a mais do que isso é só enrolação, esse evento é uma festa de integração e confraternização, vamos nos divertir.
Pausas e gritos de vivas. Vinham de todos os lados enquanto a doutora Ângela deixava o palco seguida por dois homens: um japonês baixinho e com cara de sério que ficava olhando de um lado para o outro e um alemão grande e corpulento que parecia ter mais interesse na mesa de comida do que em todo o resto do evento.
Outro homem subiu ao palco. Ele era bem mais enérgico e confiante. Stiff calculou que ele deveria ser o mestre de cerimônias. Quando os ânimos se acalmaram, ele começou:
- Vocês ouviram a doutra. Hoje é um dia para festejar e comemorar. Apenas lembrando que os interessados em conseguir as próteses, deverão se dirigir à tenda principal para fazermos um pequeno cadastrado e alguns exames. Além dessa principal atração, teremos vários brinquedos e comida para aqueles que quiserem aproveitar com seus amigos e familiares. A feira de doação de próteses vai até às 18:30. Depois disso, vamos ter um grande show com a banda os novííííííííííííssimos menudos. - Mais aplausos e gritos.
- Vocês ouviram o cara do palco – Stiff se virou e falou para os amigos. - O Duque vai para a tenda principal, enquanto todo mundo que não for grande e feio vai poder curtir a feira.
- Há, há, há. Se eu não estivesse tão animado com a idéia de ter um braço novo, eu iria te mostrar quem é o grande e feio. - Disse Duque enquanto se separava do grupo, mas ele não iria poder perder a última palavra. - Aproveite enquanto você ainda está inteiro, porque o seu Stiff-do não vai ser nada comparado com meu novo braço.
Com as meninas indo para um lado e o Duque indo para o outro, Stiff acabou ficando sozinho. Após pegar um sorvete, ele pode observar melhor a feira. Apesar de ser uma feira beneficiente com muitas tendas que lembravam pequenas tendas de circo, o jovem notou que havia bastante segurança. Ele conseguiu ver pelo menos uma dúzia de homens com calça e camisa preta com a palavra “Apoio” nas costas. Além disso, ele conseguiu ver pelo menos umas quatro ou cinco câmeras de segurança colocadas em pontos estratégicos para conseguir ver todo o terreno. Aquilo estava deixando ele incomodado, ele nunca se dera muito bem com autoridades, principalmente quando ela parecia agir como se estivesse no meio de alguma guerra.
Depois de quase uma hora nessa inquientação. Ele não conseguiu resistir as preocupações e foi falar com Ann. Talvez a moça conseguisse dar uma olhada nas câmeras e conseguisse ver se o grandão estava bem.
Ele encontrou elas brincando na piscina de bolhinhas. Vivi estava se divertindo bastante tentando construir um grande monte com bolhinhas e se ria toda quando o monte desmoronava.
Não foi difícil para Ann conseguir acessar o sistema de câmeras do local. Apesar de ser tão nova a menina já era uma boa hacker – claro que o fato de ela conseguir conversar e usar uma telepatia primitiva com os computadores ajudava muito ela nessa tarefa.
- Então, ele ainda está na fila para os exames. Ele tá bem perto da margem leste, um pouco mais para o meio. Sério, Stiff, tem muita gente aqui e o Duque parece estar meio sozinho. Acho que é uma boa a gente ficar com ele. Sabe, ele iria se sentir, OH MEU DEUS. O QUE É ISSO?
A exclamação da amiga veio quase que ao mesmo tempo que um clarão e um pouco antes do som alto de várias explosões.
BAM. BAM. BAM.
O caos foi quase que instantâneo. Muitas pessoas próximas, muitas pessoas sem treinamento militar, muita gente se esbarrando. Levou alguns segundos para que Stiff compreendesse o que estava acontecendo: alguém tinha atacado o evento e jogado uma série de explosivos no local.
E a Vivi começou a chorar.
Era difícil ser ouvido com todo esse barulho e movimento e o rapaz teve que berrar para que seu time conseguisse ouvir.
- ANN, PRECISAMOS SAIR DAQUI.
Ele puxou as duas meninas e os três foram correndo em direção da saída mais próxima.
Com algum trabalho, os três logo saíram.
Ao se encontrarem, no lado de fora, eles foram recebidos por algumas pessoas do grupo de apoio. Ann pegou a Vivi no colo e tentou fazer ela se acalmar enquanto Stiff foi procurar o Duque se perguntando se estava tudo bem com amigo. Duque não falava no assunto, mas ele e Ann sabiam que rapaz tinha perdido o braço num acidente que envolvia os seus poderes, fogos e explosões.
Depois de dar uma volta ao redor do terreno aos saltos longos, Stiff voltou para junto das amigas, Vivi já tinha se acalmado e estava chupando o dedo no colo da Ann.
- Nada?
- Nada. - A preocupação era nítida no rosto do rapaz. - Acho que ele está lá dentro. Preciso entrar.
- Stiff, não tem como olha. O tamanho das chamas, isso é coisa para você se machucar.
- Não tenho opção. O Duque não me deixaria na mão. Não vou pisar na bola com ele. - E vendo a cara de preocupação na amiga, ele completou – E nem com você. Vocês sempre me chamam, de líder, está na hora de eu agir como um. - Ele se virou e começou a saltar em direção da tenda principal.
Stiff resolvou seguir primeiro para o centro e depois ir procurando as salas para o leste. O fogo passou por um efeito interessante com a tenda. Por causa do calor, a lona derreteu e caiu. Isso deixou o local com um cheiro terrível e com muita fumaça. Contudo, como não havia mais teto no local, a fumaça estava se dissipando mais facilmente.
Stiff seguiu o caminho. Ao chegar, no centro do local, ele começou a pular. Ele sabia que não conseguia voar, apesar de chegar muuuuuito perto de ter umas quedas mais suaves. Porém, ele conseguia pular por quase 5 metros de altura e issofazia com que ele pudesse ver bem o que sobrara da tenda central do evento.
E foi isso que ele fez. A fumaça já estava irritando os olhos e a garganta, mas ele tinha que continuar. Cada pulo, cada berro, cada olhada era um pouco mais perto que Stiff chegava de poder resgar o amigo.
O esforço foi bem recompensando. Duque estava deitado, no lado de um corpo, ele estava sem a prótese esquerda e a mão direita estava esmaga por uma das barras que davam sustentação a tenda.
Ao encontrar o amigo, Stiff foi correndo a toda velocidade, saltando de ponto em ponto para chegar mais perto o quanto antes. Duque estava tão concentrdo na tarefa de tetar se livrar da barra que não viu quando o pequeno amigo apareceu.
Se aquela maldita barra não fosse tão pesada, ou se pelo menos ele estivesse em uma boa posição, ele iria conseguir sair. Ele sabia que tinha dado sorte pelos reflexos rápidos do doutor que se sacrificou, mas aquele diabo de barra era difícil de mexer. Porra, como aquilo doia. Mesmo estando meio anestesiado por causa dos exames, aquilo estava doendo pra caralho. Se, ao menos, ele estivesse com o braço mecânico, dava para levantar essa porcaria. Por que tinha que ser com ele? Sempre com ele? De novo fogos e explosões. Na última vez, ele perdera a casa, a família e um braço. O que ele iria perder para o fogo dessa vez?
- Duque? - O pequeno amigo chamou porque não queria assustar o grandão ou sair puxando alguma coisa. - Você precisa de ajuda?
Mesmo nas piores situações, Duque sempre tentava manter o bom humor. A Ann é toda séria e madura, a Vivi fica no mundinho quieto dela e o Stiff tá sempre muito ocupado tentando pensar na segurança e proteção de todos que sempre esquece que muitas vezes as pessoas precisam mais de um bom abraço ou uma boa piada do que de uma refeição decente em algum lugar abrigado. E é por isso que o grandão se virou para o pequeno amigo e não conseguiu deixar a oportunidade passar.
- Nop, Stiff, estou aqui super de boa. Talvez você possa ir em alguma sala e me preparar uns marshmallows. Eu faria isso, mas meu braço bom está em algum aqui perto e o ruim resolveu olhar esse espaço entre a barra e o chão mais de perto. Mas, se isso for muito trabalho, você pode só levantar um pouco essa barra que eu consigo fazer o resto.
Aliviado por ver que o amigo estava bem e de bom humor, Stiff se posicionou para levantar a barra. Era algo bem difícil por causa do peso. Se ele fosse um sapiens ele não iria conseguir levantar. Mas ele era um divino e tinha todo o apoio da sua telecinese para fazer mais força. Ele só precisava clarear a mente e deixar a energia fluir. Era só esquecer a fumaça, o calor, as narinas ardidas, os olhos lacrimejando e a garganta seca. Naquele momento só existiam 2 coisas que importavam: a barra e a energia. Ele só precisava sentir os dois e fazer eles interagirem.
Depois de alguns segundos de concentração, Stiff levantou a barra. Por baixo dela, a mão orgânica do Duque estava esmagada. Olhando daquela forma, Stiff ficou em dúvidas se existia algum osso não quebrado e como que o grandão ainda estava de pé.
- Não se preocupe com isso, me deram tanta coisa pra tomar que nem se eu quisesse, eu conseguiria sentir isso doendo. - Duque mentiu, mas vendo que o amigo ainda mantinha aquela cara de preocupação, ele viu que precisava usar uma outra tática: dar uma preocupação maior para o líder. - Então, assim, se você não se importar muito, o que você acha de me ajudar a dar no pé daqui. Se você não notou, essa era uma das barras de sustentação, da tenda-hospital e não sabemos por quanto tempo mais, isso vai ficar de pé.
E eles saíram. A caminhada era difícil porque tinha que fazer muitas voltas e aquele inferno parecia estar ficando cada vez mais quente.
Depois de vários instantes, finalmente acharam um caminho que dava para a rua. Era só continuar reto por mais uns 15 metros por dentro da tenda principal e contornar a quadra até onde as meninas estavam. O plano era arriscado, porque a tenda estava queimando bastante, mas era a melhor saída que eles tinham. Eles só precisavam ser rápidos.
Eles mal deram os primeiros passos quando tudo aconteceu. Pareceu acontecer ao mesmo tempo. Talvez tenha acontecido ao mesmo tempo.
O calor fez uma das barras de sustentação se expandir. Com a espansão e por estar preso ao chão, a força, que deveria ser distribuída, acabou sendo amentada e a barra cedeu. Nisso, parte da estrutura caiu e o peso das barras foi levando as outras que levaram outras e toda a tenda caiu em cima deles.
Num instante Stiff via fogo e calor. No outro, ele ouviu os barulhos, por fim, ele não viu mais nada e tudo ficou preto.




Ele primeiro sentiu a claridade antes de qualquer coisa. Então ouviu os sons, a respiração suave, alguns pássaros próximos e uma conversa bem leve ao fundo. Ele parecia estar deitado em um colchão duro, seu corpo estava dolorido, queimado e enfaixado mas era a cabeça o que incomodava, parecia que haviam encravado vários ganchos em diferentes locais e agora estavam puxando todos ao mesmo tempo.
A idéia de continuar com os olhos fechados e voltar a dormir até que a cabeça voltasse ao normal era tentadora, mas ele sentiu que havia outra pessoa ali no quarto. Seu instinto de sobrevivência falou mais alto e ele acabou se ajeitando na cama e abrindo os olhos.
O quarto parecia ter uns 3 metros quadrados, no centro ficava a maca de hospital onde ele estava deitado, na esquerda havia um janelão com as cortinas abertas e de onde vinha toda a claridade do local, no lado das macas havia um criado mudo com um balão de gás hélio colorido, na parede do lado havia um sofá mais comprido onde um acompanhante poderia deitar à noite em cima do sofá, havia um japonês com cara de sério que acabara de fechar seu exemplar de A Arte da Guerra e estava encarando o jovem na maca.
Stiff analisou bem o japonês: deveria ter uns 30 ou 35 anos, a postura era firme e o olhar determinado, estava vestindo uma calça jeans escura e uma camisa social cinza. Apesar disso, era possível notar que ele estava carregando algo que lembrava bastões curtos. Todo o seu corpo mostrava que além de estar sendo avaliado, ele também estava avaliando o rapaz na maca.
Depois de muitos segundos segundos se um silêncio quase opressor, Stiff não resistiu e teve que quebrar o silêncio:
- Os meus amigos. Eles estão bem?
Mais alguns segundos de silêncio.
- Sim. Eles estão. - A voz do japonês era grave e calma. - Por sinal. Eles estão de parabéns, se não fosse à menina mais velha ajudar nas buscas e a mais nova auxiliar os nossos médicos, iríamos ter umas 30 ou 40 baixas à mais.
- Posso ir vê-los?
- Assim que nós terminarmos aqui. Eles estão na sala do lado e ansiosos para falar com você.
Stiff não gostou daquela resposta. Ele não gostava da ideia de fazer o que quer que fosse sem saber que seu grupo estava bem, mas o tom do homem foi incisivo o suficiente para dizer que aquela era uma decisão que não iria mudar.
E o homem continuou: - Primeiramente, do que você se lembra?
Stiff, tentou forçar a memória, mas esse exercício se mostrou bem doloroso, porque alguém parecia puxar com mais força os ganchos da sua mente.
- Não me lembro de muita coisa. Me lembro de ter conseguido achar o Duque, que achamos uma saída, mas algo deu errado e toda a tenda caiu em cima da gente. Me lembro de ter pensado que eu iria morrer sem saber como era a neve e que se eu tivesse uma grande bola ao meu redor, eu poderia proteger a mim e ao Duque.
- Interessante. Bem, foi esse seu pensamento e a criatividade do seu amigo que salvou vocês. Mesmo sem saber, você conseguiu usar a sua telecinese para criar um campo de força ao redor de vocês dois. Ela foi tão forte que conseguiu segurar o peso sobre vocês enquanto o Duque fazia pequenas explosões bem acima de vocês para indicar a posição, como um sinalizador.
Stiff sorriu. Ele sabia qual era o poder do Duque e como o grande amigo se recusava a usar sua habilidade por medo de ferir alguém.
- Mas bem, agora posso ver meus amigos?
- Não acabamos ainda, garoto. - O homem suspirou – Como eu disse, vocês impressionaram muita gente nesse evento. Vimos que vocês são crianças de rua e gostaríamos de convidar vocês para trabalhar conosco para ajudarem a construir um mundo melhor para os divinos, os sapiens e os robôs.
Stiff ia levantar o dedo para fazer uma pergunta, mas o homem se levantou e foi mais rápido.
- Antes que você pergunte, já falamos com seus amigos e todos concordaram em seguir a decisão do líder. O que você decidir, eles vão aceitar. Então eu pergunto: você quer se juntar à Frente de Liberdatação dos Divinos?
Dessa vez foi Stiff quem suspirou. Aquele homem, aquele desconhecido estava dando a oportunidade que ele esteve buscando desde quando ele conheceu o falecido Tio Bob e viu que o mundo não precisa ser da forma confusa e errada do jeito que está. Mas Stiff era de natureza desconfiada e não iria se jogar tão imediatamente nessa tal de Frente.
- O que nós vamos ter que fazer nessa Frente de Libertação dos Divinos?
- Inicialmente, vocês vão receber treinamentos de acordo com as capacidades e habilidades de vocês. Depois, vão ser colocados em diferentes missões de acordo com o resultado dos treinamentos. Até isso acontecer, vocês permanecerão nessa base.
- Que tipo de missões são essas?
- Isso varia. O braço militar é responsável por 5 principais grupos de atividades: Ataque e execução, proteção, busca de informações, suporte e limpeza.
- Bem – concluiu Stiff – quando começamos?
- Nossa, tudo isso é vontade de trabalhar?
O jovem garoto encarou seu futuro mentor e, com um sorriso zombateiro, respondeu – Claro que não, isso é vontade de ver como estão meus amigos.
Nisso, o homem soltou uma gargalhada e se dirigiou à porta.

 - Realmente, você é um garato fora de série. Vou chamá-los. - E abriu a porta – À propósito, meu nome é Cheng. Tenente Cheng.