quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crônicas Vampirescas - O Sonho - Pt. 1


Nota: Esse é um pequeno spin-off sobre as aventuras do nosso bom e velho amigo Kuwabara. Á priori, ele não faz parte da história, mas vou tentar convencer o Ton a usá-lo como parte de um sonho (isso ajudará o nosso herói a não ter pesadelos com tentáculos). Esse é o primeiro post que será anunciado no FB. Boa sorte para mim xD

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Abri os olhos e notei que que tinha acordado em qualquer lugar menos na minha cama, ou mesmo, na minha casa. Com uma rápida observação, notei que estava em um local bem exótico.
Me levantei e observei que toda a região é infinitamente plana, com um céu sem nuvens, sem barulhos, apenas as estrelas e uma pálida lua cheia me faziam companhia. Acredito que se não fosse meu auspícios, teria muita dificuldade em seguir qualquer caminho. Sem qualquer critério, escolhi uma direção aleatória e comecei a andar para ver se encontrava alguma coisa. Caminhando, pude perceber que o chão era formado por blocos de algum tipo de pedra quadrangular porosa de um metro de lado. Me pergunto o trabalho que deve ter sido colocar tantas pedras juntas uma do lado da outra.
Após caminhar por horas (ou minutos, pois a lua estava no mesmo lugar), pude avistar ao longe uma região ligeiramente mais clara que as outras. Como se existisse alguma tocha ou fogueira naquele lugar. Como sou da teoria que mesmo uma novidade ruim é melhor do que nenhuma novidade segui em direção à luz.
Depois de uma caminhada que durou horas (ou minutos), pude ver melhor o meu alvo. Parecia ser uma moça sentada na posição tradicional oriental dentro de um círculo de velas. Ao me aproximar mais, pude – graças ao meu maravilhoso auspícios – notar bem os traços dela, bem como deduzir as suas cores, mesmo com a luz rubro-amarelada das velas.
Minha distante amiga tinha cabelo comprido, azul, com um pequeno enfeite vermelho que permitia que um par de mechas ficassem pela frente dos ombros, sua pele era clara e estava usando um yukata azul claro, com uma faixa azul escura e ela parecia estar extremamente concentrada olhando para o distante. Ficando a quase 2 metros dela, percebi mais detalhes que chamavam a atenção: ela parecia não notar a minha presença, os olhos eram profundamente roxos, as mãos dela seguravam com força um pequeno colar em forma de lágrima e - o mais importante de tudo - eu tinha a estranha sensação de já ter visto ela de algum outro onde ou de algum outro quando.
Pensei em esticar a minha mão para tocar na minha nova amiga para tentar entender onde eu estava ou o que estava acontecendo. Quando ia me mexer para realizar essa simples tarefa, uma voz grossa fez eu mudar de ideia. Ela disse: - Não se atreva a colocar suas mãos imundas nela. Já é um ultraje você ter chego tão perto.
Virei para a direção de onde vinha a voz e vi um japonês alto (algo em torno de 1.78), calçando coturno, um conjunto de calça e sobretudo aberto brancos, uma faixa protetora ao redor do abdômen e um topete à la Elvis ruivo. Ele empunhava uma katana cujo o tipo de lâmina eu conhecia bem, contudo a arma dele possuía um brilho alaranjado – em contraste com o brilho azul das minhas ninja-tō. Ele seguiu com a sua intimidação:
- Nenhuma pessoa que tenha não boas intenções deve se aproximar tanto. Então pergunto – ele levantou a sua espada em uma guarda ofensiva – quem são os seus inimigos?
Era a segunda vez que me perguntavam isso e, de novo, eu não tinha certeza da resposta. Quem realmente é meu inimigo? Contra quem realmente eu estou lutando?
- Eu não sei – tentei responder com o máximo de sinceridade.
- Resposta errada.
Ele avançou tencionando dar um golpe verticalmente. Felizmente, para meus reflexos aprimorados tal golpe era fácil de esquivar. Fiz isso desviando lateralmente e invocando minhas armas, o Raio e o Trovão, em forma de espadas ninja. Com tal manobra, ele ficou entre eu e minha amiga mas uma vantagem, pois ele ficou de costas para mim.
Sem perder nenhum tempo, parti para a ofensiva, energizando as minhas espadas e desferindo uma dupla estocada na direção das costas dele. Era um golpe fácil, deixar as costas expostas é um erro e deixar as costas expostas quando o seu adversário é mais rápido do que você é um erro fatal. Bem, ao menos era para o golpe ser fatal, mas de alguma forma ele conseguiu girar em torno do próprio eixo e aparar o golpe. Trocamos mais uns 10 ou 15 golpes com ele sempre aparando ou esquivando de golpes que eu tinha certeza de serem indefensáveis.
Durante uma pequena pausa nos ataques, ele anunciou: - Você se aliou a espíritos fortes, mas você não sabe usá-los e você é fraco. A melhor katana se torna inútil se colocada em mãos de um novato. Por mais que você se ache forte, você continua sendo fraco.
Com essa frase, o estilo de luta dele mudou totalmente. Ele passou a adotar uma postura ofensiva, me atacando fisicamente e  mentalmente com perguntas que eu não sabia como responder.
- Quem é o seu inimigo?
- Por que você luta?
- De que lado você está?
- O que é importante para você?
- De onde você tira a sua força?
- O que você está disposto a sacrificar nessa guerra?

Cada frase era seguida de um golpe. 
Cada golpe era seguido de uma frase. 
A cada frase ou golpe, minhas espadas e meu corpo ficaram mais pesados tornando as esquivas mais difíceis. Quando finalmente, o inevitável aconteceu. Com um golpe, ele conseguiu me desarmar completamente.
Estava diante dele, alto, ruivo e com uma espada energética erguida e prestes a me cortar ao meio. Pensei comigo mesmo, é uma pena morrer antes da guerra começar, mas ao menos morrerei em uma luta.
Senti a lâmina passando pela minha cabeça, o sangue escorrendo dela, meu corpo caindo, tudo escurecendo. Meu derradeiro pensamento antes de morrer foi que finalmente minha amiga tinha notado minha presença e me fitado com os olhos roxos.

3 comentários:

  1. Olha, é difícil te imaginar escrevendo tão empolgadamente quando você tem os surtos de... empolgação XD Bom, o que quero dizer, é que você parece tão hiperativo, principalmente nos outros posts, que não achei que pudesse ME empolgar realmente, mas conseguiu. Ficou muito bom. Pensarei com CARINHO na possibilidade de incluir... Veremos! XD

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    1. Fico feliz com isso xD
      Esse texto é algo que estava me martelando a algum tempo. Espero conseguir fechar ele de uma forma legal.

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  2. Adorei o texto, realmente me empolgou também! Pode deixar Aleatório, eu ajudo o Ton a pensar com carinho. =3 Mas cá entre nós, o pobre Kuwabara tem um imã pra encrenca, não? Ah, mas você não se livrará dos tentáculos do tio Heitor. =P

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