quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Crônicas Vampirescas - O Sonho - Pt. 3

Finalmente terminei o texto. Resolvi esperar um pouco para escrever a conclusão porque queria ver qual conceito usaria e como o nosso bom e velho Kuwabara iria mudar e melhorar (ou não xD) com o passar das sessões.
Sempre acreditei que a essência do RPG é contar uma história com os amigos e se divertir no processo.
Espero que vocês se divirtam lendo tanto o quanto eu me diverti escrevendo ou jogando...
Antes que eu me esqueça, quero agradecer ao Ton, à Ann, a Ariana e ao Hiro por me ajudarem a contar essa história.
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     Então é assim? Vou morrer após todo esse trabalho?
     Vou morrer na mesma posição de luta, contra o mesmo adversário, com ele usando o mesmo golpe? 
     Está tudo acontecendo como antes.
Quando foi o antes? 
     Sinto como se tivessem passado anos desde que tudo re-começou. Não me lembro mais quem eu sou, como vim parar aqui ou como tudo isso começou.
     Que droga. Ele continua a me encarar com a espada na linha dos olhos, em uma posição defensiva perfeita. Sei que se eu atacar, ele vai se esquivar, mas não posso fugir e ele não ataca. Como vou derrotar ele?
     - Você é fraco e sem fé. - Disse ele. Mesmo atacando várias vezes, não consegui acertá-lo nenhuma vez. - Suas motivações são fracas, você é fraco, você não sabe contra quem luta ou porque luta. Eu deveria me sentir ofendido pelo simples fato de você levantar sua espada contra mim.
     Não sei o que houve de diferente nessa situação. Não era a primeira, nem a segunda vez que ele me criticava, contudo, ele finalmente conseguiu me irritar bastante, dessa vez e resolvi dar um basta nisso. Mesmo que isso significasse minha morte.
     - Cara... Por que você não vai encher o saco de outro? Quantas e quantas vezes você já não fez essa pergunta para mim? - E conforme as palavras foram saindo, mais palavras quiseram pular para fora da minha boca - Eu não sei porque eu luto. Eu simplesmente não sei. Assim como não sei porque um cachorro corre atrás do próprio rabo.
     - Eu luto pelo fato de que não consigo me imaginar fazendo qualquer outra coisa. É como se fosse algo para o qual eu nasci. Encontrar o cara mais forte, mais poderoso e com mais cara de mal e tentar derrubá-lo. Claro que por causa dos meus pais, eu tento focar para enfrentar os "caras maus", mas se não tivesse algum cara mal, eu iria criar um para enfrentar. Pelo fato de que eu não consigo ficar sem uma briga.
     - Sou viciado na emoção do combate. Tento disfarçar isso de bons atos e caridade, mas levantaria minha espada contra meus aliados se eu não tivesse um bom inimigo para enfrentar.
     De repente, é como se tudo tivesse clareado na mente.
>TUDO ESTÁ CLARO E EVIDENTE<
     Certa vez, meu pai me disse que em alguns momentos da vida, nós passamos por situações onde aparece um elefante na nossa sala de TV. Convivemos normalmente com esse elefante até que, em algum momento, notamos que o animal está lá. Depois disso, ficamos nos perguntando como não conseguimos ver um paquiderme com uma saia de bailarina e um chapéu de aniversário na nossa sala.
     Aconteceu a mesma coisa quando notei que ela estava lá. Mais do que isso, ela sempre esteve lá. Esperando uma oportunidade para se manifestar. Para mostrar o mundo como ele realmente é. Graças a ela, pude ver o mundo com mais cores e ver as pequenas engrenagens que fazem o mundo girar. A grama deixou de ser grama e passou a ser extensão dos meus pés, as árvores se tornaram meus braços e meu corpo se fundiu à terra. O mais importante de tudo isso, foi minha mente. Ela se tornou uma com todos os pensamentos dos meus irmãos. Ela se fundiu a todos os seres.  A febre tomou conta do meu corpo e da minha mente. Novas cores surgiram. Meu adversário já não é mais meu adversário, sou eu tentando me esfaquear, ao mesmo tempo é o Raio e o Trovão, ao mesmo tempo são as letras, o príncipe, o chefe, o xerife, o primógenie, todos os primógenies, minha criadora, todos os vampiros e humanos. Pois todos estão ligados e conectados como num grande castelo de cartas, prestes a desempilhar. 

     Finalmente, me lembrei que eu era.
      - Eu sou Kuwabara, cria de Malkav.
      - Eu sou Kuwabara, sou filho de B.
      - Eu sou Kuwabara, o Portador da Donzela das Neves(quando que eu troquei de espada?). 
      - Eu sou Kuwabara e não serei derrubado por ninguém, nem mesmo por mim.

     Por fim, de alguma forma, eu descobri como agir e o que fazer. Afinal, eu sempre soube. Sem perder de vista os olhos do meu adversário, coloquei a Donzela na bainha. Me sentei em posição de meditação, deixando minha arma no meu colo e entreguei minha mente à Loucura e minha alma ao Gelo...

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